Resumo
O “Tratado do Silêncio” reúne 13 contos, 13 “respirações” de mulheres que vivem sozinhas, cada uma habitando a sua ilha, num arquipélago rico em biodiversidade. É a partir do mergulho no silêncio interior que estas mulheres estabelecem uma simbiose, na escuta poética, com a fauna e flora, preenchendo os seus quotidianos, numa procura infinita de sentidos preciosos e maravilhosamente simples. Uma escuta dos sentidos para um encontro dos seus estados mais selvagens, verdadeiros e criativos.
Assim, estas 13 mulheres são também pássaros, lobos, peixes, árvores, algas, montanhas, água, ar… E até criaturas bioluminescentes que vivem para além dos mil metros de profundidade nos vastos oceanos. Um silêncio transformador, tão apreciado por todos os seres vivos, permitindo uma bela dança entre as espécies, e tão urgente para a preservação dos habitats marinhos e terrestres. A respiração que une todos os seres vivos, este silêncio tão grandioso, com espaço para todos, até para um tubarão-branco ser livre e feliz.
Para além do texto poético de Marina, podemos encontrar no fim do livro diferentes glossários de fauna e flora que inspiraram a autora tanto para a criação do livro como para as ilustrações. Também explica a poluição sonora e as suas consequências negativas para a vida marinha.
Alguma biodiversidade do concelho de Constância está representada no conto-respiração “Margarida Tomar, a madrugadora”, uma alusão às diversas espécies de fauna e flora locais, tal como, à memória das grandes cheias do rio Tejo e importância da existência da linha ferroviária e da navegabilidade marítima.
Segundo a autora “a leitura do Tratado do Silêncio, permite diversas abordagens, uma delas, é que nos relembra delicadamente o nosso passado genético não humano, tornando mais consciente a relação simbiótica e poética que podemos estabelecer com a restante biodiversidade. Uma paisagem para todos os seres vivos serem livres e felizes como o tubarão-branco (Carcharodon carcharias)”.- Entrevista à autora em Antena livre
Este livro foi ilutrado com desenho tradicional e impresso com papel proveniente de fontes que respeitam a sociedade e o meio ambiente.